Respirar significa reespiritualizar,
vivificar. A respiração é a experiência palpável de uma ação contínua para nos
mantermos ligados ao planeta. É uma pulsação com vários ritmos: rápido, lento,
profundo, superficial.
A respiração é uma pulsação básica
que revela uma atividade somática e emocional. É uma bomba com uma completa
expansão e contração organísmica de 18 a 22 ciclos por minuto. Ela vai da
cabeça aos pés, como uma atividade difusa e constante. Pode ser comparada ao
padrão do coração. Assim como batimentos cardíacos arrítmicos estabelecem uma
circulação deficiente, também uma respiração incompleta pode dar origem a
sentimentos de sufocação, derrota, impotência e medo. Uma vez que os batimentos
cardíacos e a respiração são interligados eles se influenciam mutuamente.
Quando o coração falha por falta de energia, o trabalho da respiração aumenta
para compensar a diferença. Quando a respiração está fatigada, aumenta o
trabalho do coração.
A função da respiração consiste em
captar, transportar e expelir gases. Para isso, forma-se um tubo entre o
interior do corpo e o ambiente; ao mesmo tempo, há uma conexão tubária dentro
do corpo. O corpo inteiro é um tubo que pulsa em ondas de expansão e contração
na respiração. Se esse tubo for flexível, com um amplo espectro de motilidade,
ficamos limitados tanto em termos das ações que podemos perseguir quanto dos
sentimentos que permitimos que emerjam. A riqueza de nosso pensamento e de
nossa imaginação é afetada. Se os músculos não recebem sangue ou oxigênio
suficiente, nossa ação torna-se limitada. Se o cérebro sofre falta de
oxigenação, tornamo-nos apáticos, insensíveis, desatentos. Se, por outro lado,
o cérebro recebe oxigênio em demasia, como nos estados de ansiedade, somos
impelidos a agir. Portanto, a pulsação tubária e a respiração são mais que atos
anatômicos: são estados de espírito.
Nota:
Texto extraído do livro ANATOMIA EMOCIONAL de Stanley Keleman.
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